No Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira (22), não há muito que comemorar no ABC. Importantes rios e córregos que cortam a região não se enquadram nem mais na classe 4, a pior classificação das águas estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a qual determina que o uso seja apenas para fins de navegação e harmonia paisagística.
A classificação é o resultado de um monitoramento - Projeto Índice de Poluentes Hídricos - feito por pesquisadores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e que será apresentado neste sábado (23). A análise abordou a qualidade das águas dos rios Tamanduateí, Ribeirão dos Couros, Meninos e dos córregos Moinhos, Grotas e Utinga, todos com passagem por São Caetano.
A professora, gestora e bióloga Marta Ângela Marcondes, coordenadora do Projeto IPH, afirma que se tivesse classe 5, essa seria a classificação ideal da bacia pesquisada. "Nossos rios e córregos são verdadeiros esgotos a céu aberto que a sociedade quer esconder fazendo canalização", reclama a professora, que apresenta o trabalho às 9h, no Centro de Capacitação dos Profissionais (Cecap - rua Tapajós, 300), durante a palestra A Qualidade dos Corpos Hídricos do Município, como parte do 4º Encontro da Agenda 21 de São Caetano.
Feito por mais de 30 pesquisadores, o trabalho consistiu na coleta de amostras de superfície em 19 pontos dos 6 rios e córregos de São Caetano, em 2011, para avaliação do índice de oxigênio e da comunidade planctônica presente na água. "O resultou apontou a presença em grande quantidade dos grandes grupos de protozoários, ou seja, a péssima qualidade das águas destes rios e córregos", afirma.
Cidades vizinhas
O Projeto IPH inaugurou o recém-criado laboratório físico, químico e microbiológico da USCS e contou com apoio do DAE (Departamento de Água Esgoto), que forneceu a base de dados digitalizada do município para a criação de um mapa sobre a situação hidrográfica. A ideia é estender a pesquisa para cidades vizinhas, mas por meio do apoio das empresas públicas responsáveis com fornecimento de mapas digitalizados.
Mais que um projeto de análise e monitoramento das águas, Marta ressalta que o objetivo é conscientizar e despertar a população para a proatividade e, principalmente, cobrar do poder público a limpeza da bacia hidrográfica. "Precisamos ter mais participação para obrigar o poder publicar a cumprir a lei", ressalta a bióloga, que participa da Câmara Técnica de Educação Ambiental do Subcomitê da Billings e Tamanduateí.
Para isso, a pesquisa ganhou um site e blog - disponíveis em www.projetoiph.com.br e projetoiph.blogspot.com.br -, com mapa da cidade onde o internauta pode obter informações sobre os 19 pontos de coleta, visualizar as bactérias encontradas, fazer denúncias e até inserir fotos.
Fonte: http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/391548/qualidade-da-agua-de-rios-e-reprovada-em-pesquisa-da-uscs/
Trabalhos sérios e honestos como esse devem ter prosseguimento.
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